Pesquisa realizada na Universidade da Califórnia

Realizada por Ron Meister, Ph.D., Diretor de Pesquisas Administrativas.

Qual o Objetivo de se Realizar uma Pesquisa Científica?

Quando patronos dão um passo à frente para falar de suas convicções sobre uma prática ou método de crescimento pessoal, prestam, em geral, um depoimento, que se segue ao endosso. O Processo Hoffman conta, sem a menor dúvida, com sua parcela de defensores, todos os quais contribuíram com depoimentos, incluindo psicólogas/psicólogos muito conhecidos, como Joan Borysenko,Ph.D., autora de best-sellers e co-fundadora do Harvard Mind-Body Center. Desde 1972, centenas de psicoterapeutas e terapeutas enviaram, como complemento de seu trabalho, clientes ao Processo Hoffman da Quadrinidade. Consumidores inteligentes tendem a confiar em pesquisa realizada por profissionais experientes que não têm qualquer filiação ao programa. Subvenções permitem-lhes inteira liberdade para resolver como conduzirão e analisarão os resultados da pesquisa. Com essas subvenções, os direitos de propriedade permanecem com a universidade e os pesquisadores e não com o Hoffman Institute. Dessa maneira, os resultados não pertencem nem podem ser influenciados pelo Hoffman Institute e futuros pesquisadores e investigadores podem solicitar diretamente à universidade os dados brutos de que precisarem. As conclusões sobre o sucesso do programa, portanto, constituem domínio dos pesquisadores e pode-se confiar em que serão objetivos. O alvo dos pesquisadores foi esclarecer a verdade sobre uma questão hipotética e não elogiar o status quo de um grupo de defensores potencialmente preconceituosos.

O Processo Científico: Estudo Realizado em Davis na Universidade da Califórnia (1999-2003)

Em conversas com seu presidente, membros da diretoria e instrutores, entendi que o Hoffman Institute estava disposto a submeter-se a uma rigorosa investigação científica, não raro sem precedentes, em ambientes semelhantes no mundo real. Pessoas e instituições relutam muitas vezes em permitir que pesquisadores externos cheguem a conclusões sobre seus programas, sucessos e fracassos. No entanto, o presidente do Instituto, Raz Ingrasci, com apoio da diretoria, deu-me a missão de demonstrar, com meios científicos, que o Processo é tudo que seus defensores dizem que é. Obviamente, uma pessoa íntima da organização como eu, contratada pelo Instituto como diretor Administrativo de Pesquisa, não poderia realizar essa tarefa. Isto é, o Instituto precisaria submeter-se à pesquisa realizada por um estranho. Isso significava que não poderia tentar influenciar de qualquer maneira os pesquisadores. Nem poderia suprimir a pesquisa se os resultados não atendessem às suas necessidades. Em termos simples, a pesquisa não seria de propriedade do Instituto Hoffman que, se autorizasse o seu prosseguimento, teria que aceitá-la mesmo se ela não confirmasse as suas próprias convicções e cujos direitos de publicação tampouco lhes pertenceriam. Já que a comunidade Hoffman estava disposta a assumir esse risco, entrevistei e selecionei os professores Michael R. Levenson e Carolyn M. Aldwin, dois pesquisadores com numerosos trabalhos publicados, da Universidade da Califórnia, em Davis, para projetar e levar a cabo a pesquisa.

No verão de 1999, a proposta preliminar de pesquisa foi elaborada e submetida pelos Drs. Levenson e Aldwin ao Human Subjects Committee, da Universidade da Califórnia. Subvenções foram recebidas pelos Regentes da UCD. Foi dado o sinal verde para início da pesquisa e a primeira lista confidencial dos futuros participantes e grupos de controle foi anunciada. O total da amostra de participantes incluiu 142 indivíduos, que foram matriculados para participar do Processo Hoffman, e um grupo de controle de 95 pessoas interessadas em se submeter ao Processo, mas sem planos para fazer isso em futuro próximo. Finalmente, 99 concordaram em participar do estudo e 47 a servirem como controles. Os últimos dados foram reunidos em outubro de 2002, tendo sua análise sido completada na primavera de 2003. Os pesquisadores apresentaram os resultados de seu trabalho em conferências profissionais no mesmo ano: a Society for Research in Adult Development, a The Western Psychological Conference, e a American Psychological Association National Convention. Foi apresentado um pedido de publicação do estudo em uma revista dirigida por outros pesquisadores.

O que os pesquisadores estavam interessados em medir?

Os pesquisadores mediram três categorias de variáveis:

Afeto negativo; (2)afeto positivo; e (3) saúde e bem-estar.

(1)As medições de Afeto Negativo incluíram testes e relatórios sobre depressão, ansiedade, sensibilidade interpessoal, hostilidade e comportamento obsessivo-compulsivo.

(2)As medições de Afeto Positivo incluíram testes e relatórios sobre empatia, perdão, inteligência emocional, domínio de si mesmo, experiência religiosa e satisfação com a vida.

3)As medições de Saúde e Bem-estar incluíram testes e relatórios sobre variáveis de saúde física, estresse na infância e relatos sobre abusos de natureza física e emocional.

Que testes psicológicos foram usados para examinar afeto negativo, afeto positivo, e saúde e bem-estar?

O Beck Depression Inventory (BDI, Beck, 1967; Beck, Steer e Brown, 1996) foi usado para ajudar a determinar o nível ou gravidade de relatos sobre depressão. Essa ferramenta é uma das mais utilizadas, hoje, nos Estados Unidos em pesquisas e estudos clínicos para avaliar depressão. O Brief Simptoms Inventory (BSI, Derogatis e Meliseratos, 1983) foi utilizado para avaliar sintomas psicológicos, incluindo depressão, ansiedade, comportamento obsessivo-compulsivo, sensibilidade interpessoal e hostilidade. A Fantasy-Empathy Scale (Stotland et al., 1978) é uma escala muito conhecida para medir empatia. A Forgiveness Scale (Wade, 1989) foi usada para determinar a facilidade com que os respondentes poderiam permitir que faltas e falhas em exemplos da vida real afetassem prejudicialmente a sua capacidade de julgamento. A Emotional Intelligence Scale (Schutte et al., 1998) avalia a compreensão do sujeito da pesquisa de suas próprias emoções e das dos demais.. A The Mastery Scale (Ryff e Heincke, 1983), foi usada para determinar o senso de controle do indivíduo. A The Religious Experiences Scale (Hills e Argyle, 1998) mediu a experiência espiritual. Trata-se de uma medição sem ligação com seitas religiosas. Os itens dos testes concentraram-se na freqüência dos estados afetivos e cognitivos especificados. Andrews e Withey (1976), elaboraram um teste de Satisfação na Vida, com áreas da vida e relacionamentos específicos, incluindo filhos, emprego, casamento, amigos, colegas de trabalho, pais, e irmãos e irmãs. A versão curta de Ware (1993), do Medical Outcomes Study, o SF-36, foi administrada aos participantes. Incluiu medições de Desempenho Físico e Emocional. A energia/vitalidade, a saúde mental e o desempenho social foram avaliados. A Childhood Experience Scale (CES, Aldwin, Cupertino, Levenson e Spiro, 1998a, b) é uma ferramenta de avaliação retrospectiva que procura reunir informações sobre relacionamentos, eventos traumáticos, disciplina e realização pessoal nas idades de 0 a 19 anos.

Que tipo de análise foi usada para determinar os resultados do estudo?

Dispensando-nos de fornecer detalhes minuciosos da análise usada neste estudo, podemos dizer que os pesquisadores utilizaram métodos analíticos correntes e apropriados para avaliar esses dados. Medições repetidas do MANOVAs, do teste Mauchley de esfericidade e do Huynh-Feldt F. foram computadas. Uma descrição mais detalhada da análise pode ser encontrada na publicação original.

Como se saíram os participantes em um prazo curto?

No tocante às medições de afeto negativo, os participantes, antes de se submeterem ao Processo Hoffman da Quadrinidade, estavam de leve a moderadamente deprimidos. Após o Processo, nenhum continuou deprimido, nem mesmo levemente. Os sintomas de afeto negativo, tais como depressão, ansiedade, hostilidade, comportamento obsessivo-compulsivo, bem como sensibilidade interpessoal, decresceram com significância estatística. As mudanças do efeito variaram de 1.45 SD para faixas próximas ao marcador 1.0 SD relativo a sintomas de afeto negativo.

As medições de afeto positivo aumentaram com significância estatística. Participantes do PHQ comunicaram aumento de satisfação na vida, domínio de si mesmos, empatia, perdão, inteligência emocional e experiência espiritual. As mudanças do efeito variaram de 0.30 SD em empatia para 0.83 SD em perdão.

Todas as seis variáveis de saúde geral e bem-estar melhoraram também com significância estatística. Os respondentes comunicaram melhor desempenho físico, emocional e social e aumentaram significativamente suas avaliações sobre saúde física, saúde mental e energia. Mudanças do efeito em saúde mental acusaram o aumento mais alto. O tamanho da mudança do efeito variou de (1.23) para (0.30).

Como se saíram os participantes um ano após se submeterem ao Processo?

Em termos de afeto negativo, a maior parte das melhoras permaneceu por mais de um ano. Os relatos sobre depressão aumentaram, embora as melhoras iniciais tenham permanecido em um patamar estatisticamente significativo. Nove dos 54, ou 17% dos participantes, comunicaram um nível de depressão de leve a moderado. No grupo de controle, 31,2% mencionaram depressão de leve a moderada. As reduções nas subescalas de ansiedade, sensibilidade interpessoal e comportamento obsessivo-compulsivo permaneceram estatisticamente significativas depois um ano. Após um ano, as subescalas de hostilidade e somatização ainda mostravam reduções, mas não significância estatística.

As medições de afeto positivo permaneceram estatisticamente significativas após um ano. A principal melhora foi encontrada em inteligência emocional no primeiro teste e continuou assim por um período superior a um ano. Outras medições de afeto positivo, tais como satisfação com a vida, empatia e espiritualidade demonstraram um aumento contínuo nos níveis mais baixos.

Todas as escalas de saúde e bem-estar melhoraram. Cinco das sete escalas tiveram aumentos significativos ao longo do ano. Os aumentos mais expressivos ocorreram em saúde geral e nas escalas energia/vitalidade (ver gráfico 3).

Como se comparam esses resultados do PHQ com os outros tipos de intervenção?

Os resultados submetidos para publicação (2004) por Levenson, Aldwin e Yancura são sólidos e úteis para se chegar a conclusões sobre a eficácia do Processo Hoffman. Por exemplo, a depressão praticamente desaparece em uma semana após o Processo. Um ano depois, a depressão ainda é significativamente mais baixa (17%) em comparação com o grupo de controle (31,2%). Outros sintomas negativos, tais como ansiedade, sensibilidade interpessoal e comportamento compulsivo-obsessivo acusam também reduções expressivas no curto prazo e mantêm essas mudanças após um ano.

O índice de recaída de depressão de 17% dos participantes no PHQ é baixa em comparação com outras modalidades de tratamento. Os pesquisadores citam Gloaguen et al.(1998) que comunicou um índice de recaídas nas terapias antidepressivas que variava de 18% a um número tão alto quanto 82%. Terapias cognitivas variam de 12% a 46%. Por conseguinte, em minha opinião, o programa de crescimento pessoal de oito dias produz um excelente efeito colateral para aliviar a depressão. Outros sintomas negativos indesejáveis, tais como ansiedade, sensibilidade interpessoal e comportamento obsessivo-compulsivo demonstraram também redução da sintomatologia.

É importante notar que, aparentemente, a literatura não descreve qualquer outro programa ou intervenção que produza redução mais forte e mais duradoura de sintomas negativos indesejáveis. O que torna esse estudo excepcional é que há também aumentos positivos e duradouros em atributos positivos, tais como inteligência emocional, espiritualidade, perdão, empatia, energia física e vitalidade. Repetindo, não há literatura especializada que descreva qualquer tratamento ou intervenção que produza o efeito combinado de reduzir o afeto negativo enquanto aumenta o positivo. Pesquisa posterior poderá esclarecer em que grau outras intervenções teriam resultados semelhantes.

Observações Finais

O Processo Hoffman da Quadrinidade é uma intervenção de prazo relativamente curto, estendendo-se por oito dias. No caso de depressão de leve a moderada, o Processo produz pelo menos resultados tão bons ou melhores do que outros programas, terapias, ou medicação. Além disso, ocorrem benefícios positivos de longa duração, incluindo aumento da inteligência emocional, espiritualidade, perdão, empatia, energia física e vitalidade. Esses dados de pesquisa indicam que as mudanças gerais acessíveis aos participantes são, por quaisquer que sejam os critérios, absolutamente notáveis. Após refletir sobre essa última pesquisa, o Processo Hoffman é, em minha opinião, uma opção razoável para o indivíduo que sabe o que quer. Dada esta pesquisa da UCD, os participantes do Processo podem, com boas razões, esperar bons resultados.

Indivíduos que estão à procura de um programa de crescimento que enfatize mudança de afeto positiva, mas têm dúvidas sobre sua utilidade geral, talvez se sintam encorajados ao saber que aumentos no item perdão estão associados à melhor saúde mental e física (Worthington et al., 2001). Estudos posteriores sobre o Processo Hoffman da Quadrinidade podem ajudar a esclarecer a relação entre as mudanças positivas experimentadas no Processo e o impacto sobre a saúde física, estilos eficazes de relacionamento, capacidade de automotivação e habilidade para criar e ter desempenho ideal.

Há uma demanda permanente de programas que proporcionem resultados e de pesquisas que demonstrem que eles funcionam. Organizações em todo o mundo estão ouvindo essas demandas e procurando cada vez mais por intervenções baseadas em evidências, utilizando dados de pesquisa como justificativa de suas opções. A pesquisa aqui discutida, proporciona essas evidências para o Processo Hoffman da Quadrinidade, vai além de depoimentos de antigos participantes ou atuais defensores do Processo e valem por si mesmas.